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Arquitetos: Otta Albernaz Arquitetura
- Área: 484 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Ronaldo Rizzutti
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Fabricantes: Amanco, Assis Madeiras, Ateliê Ana Paula Castro, Atlas Concorde, Breton, By Kamy (Stilli Design), Casa e Lazer, Coral, Deca, Eletrouniverso Materiais Elétricos, Eliane, Esplane, Florense, Ibratin, Indusparquet, Iwata Esquadrias, KitchenAid, Maxwell Willians, Maxxi Prime, Portinari, +7
Descrição enviada pela equipe de projeto. A localização do terreno no condomínio auxiliou na definição do partido arquitetônico: localizada em uma das esquinas mais elevadas, a casa possui visibilidade de diversos locais, assumindo protagonismo na paisagem.
No entanto, em função de sua exposição em relação ao entorno, teve todas as fachadas cuidadosamente pensadas para garantir o diálogo entre o exterior e o interior, sem sacrificar a privacidade e o conforto dos moradores.
Ainda assim, em sua face voltada para a esquina, o muro de divisa foi suprimido para incorporar ao recuo uma área verde pertencente ao condomínio, inserindo-se no contexto edificado sem rupturas ou delimitações, permitindo liberdade volumétrica, amplitude visual e acessibilidade nesta empena. Contraditoriamente, ao abrir mão do recuo, que não está orientado somente para entusiasmar a fachada, de maneira discreta e ágil a integração e o convívio com os jardins externos públicos foram favorecidos, com um gesto lúdico de acessá-la emergindo do solo, já que a articulação temporária do acesso principal entraria em dissonância com o partido arquitetônico e a interação desregrada com o paisagismo interno, devido à sua restrição espacial, que é predominantemente contemplativa, introspectiva, além de representar aspectos ligados ao conforto ambiental.
O paisagismo é parte integrante do projeto e foi pensado para ser vislumbrado por onde quer que se contemple a residência. Na área do deck e da piscina, ancorado ainda no conceito de permeabilidade visual, foram escolhidos espécimes que, adultos, proporcionarão a privacidade necessária aos moradores. O jardim interno, com uma jabuticabeira madura, acentua a brasilidade do projeto, que é reforçada pela presença de 2 exemplares de Pau-Brasil, árvore que batizou nosso país e também dá nome à rua em que está localizada.
Lançando mão de conceitos da arquitetura moderna e inspirado nos trabalhos de Erwin Hauer, foram utilizados os cobogós raízes, elementos vazados de autoria da artista plástica Ana Paula Castro. Juntas, as peças formam desenhos particulares que remetem às raízes das plantas e provocam sensação de continuidade e de infinitude. Esta trama vazada em cobogós, que contribui para a exploração da plasticidade da textura das fachadas, por outro lado também é um elemento adicional a garantir maior privacidade aos moradores.
A justaposição e articulação entre pavimentos, por sua vez, se destaca não só em função do jogo de luz e sombra proporcionado pelas projeções de seus balanços estruturais, mas também pelo efeito de descolamento que existe a partir de um trecho recuado, entre vigas, que legitima a conexão entre os blocos. O volume íntimo, por sua vez, assume um caráter imaculado, em pintura na cor branca, cujo aconchego dos brises em tons de madeira e o trecho entre janelas pintado em cor preta garantem singela suavidade na composição arquitetônica.